Por Augusto Albertini
Buscar qualidade e autenticidade na confeitaria é um grande dilema, pois neste setor, a predominância de ingredientes industrializados e a necessidade de alcançar demandas exorbitantes, fazem com que muitas vezes a criatividade e os conceitos elaborados fiquem em segundo plano.
Em Belo Horizonte, novas confeitarias buscam uma outra proposta para a criação de sobremesas, e através disso, elas começam a mudar alguns hábitos culturais bastante enraizados nos consumidores da capital mineira.
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Uma dos estabelecimentos que participam ativamente desta mudança de costumes é a La Parisserie, um ateliê que produz sobremesas conforme às técnicas confeitaria clássica francesa.
A proprietária do estabelecimento é a Mariana Correa, ela é se especializou em confeitaria na renomada escola de gastronomia francesa Le Cordon Bleu, em Paris. Em 2015, depois que voltou ao Brasil, ela começou a trabalhar com encomendas de sobremesas, e em 2017 ela finalmente conseguiu inaugurar o ateliê.


Conceitos e desafios
A La Parisserie não se destaca somente por suas técnicas na elaboração das receitas, mas também pelo conceito de sazonalidade, que se aplica seleção de suas matérias-primas. As sobremesas são criadas de acordo com os frutos e ingredientes de cada estação do ano, e todos os doces são feitos com produtos frescos, o que agrega qualidade ao resultado final.
No entanto, as características do público mineiro demandam mais do que técnicas e conceitos. “O belo-horizontino não tem uma cultura de comer doce fora de casa. O mineiro tem o costume de tomar café dentro de casa, e isso é uma coisa que a gente tenta lidar” afirma Mariana.
Para trabalhar com as demandas do público local, também é necessário explorar o sabor produtos regionais, para se aproximar ao paladar do cliente e conquistá-lo, sem perder a autenticidade do produto.
No entanto, o grande prestígio por parte dos clientes mostra que a confeitaria se sobressai diante de seus desafios, e isto pode ser um indicativo de novos rumos na mentalidade do consumidor. “Da mesma forma que a cozinha mineira já entrou nos restaurantes de maneira contemporânea, a nossa doçaria também potencial para fazer a mesma coisa.” concluiu Mariana.
Augusto Albertini
Jornalista e colaborador do Territórios Gastronômicos
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.