Continuam as festas e todo dia é dia de pé de moleque. Aprenda 3 receitas diferentes desse doce que tem o gosto de alegria.
Pé de moleque de Piranguinho
Da Série: Doces dos Quintais de Minas Gerais*


Ingredientes:
- 2,5 kg de rapadura
- 4 kg de amendoim torrado descascado e triturado
- 1 copo (americano) de água.
Preparo:
Em um tacho, derreter a rapadura juntamente com a água.
Retirar do fogo quando virar melado.
Passar em uma peneira ou escorredor, para retirar qualquer impureza.
Pôr o amendoim e misturar bem, até obter massa homogênea.
Forrar um tabuleiro com um pano de brim úmido e despejar a massa.
Esperar esfriar um pouco e cortar os pedaços no tamanho e formato desejados.
*Receita fornecida por Anunciata Passos de Carvalho, de Piranguinho para o Projeto Sabores de Minas
Piranguinho a “capital do pé de moleque”
No início, era só a barraca vermelha. Depois, vieram a azul, a verde, a amarela, a laranja, a branca, a marrom e a prata. Outras com nomes diferentes foram surgindo e consolidaram a fama de Piranguinho, a capital nacional do pé-de-moleque, a 436 quilômetros de BH. É impossível passar ao longo da BR-459 e resistir à tentação de parar ao menos em uma das barracas para experimentar o doce famoso. O difícil é escolher um.
Na dúvida, a dona da barraca azul recomenda uma paradinha em todas e garante que cada uma oferece um sabor diferente. “Cada pessoa tem seu segredinho para preparar o pé-de-moleque, mas todos são deliciosos”, conta Anunciata Passos, que herdou a barraca do pai. Segundo ela, o doce é uma tradição na cidade e os produtores o comercializavam à beira da estrada de ferro, nos bons tempos do trem. Com a construção da rodovia, o caminho natural foi a mudança de ponto e o resultado é um verdadeiro corredor de cores e sabores.
Para fortalecer a fama do doce, os produtores criaram um grupo para discutir melhorias na atividade e organizar a Festa do Pé-de-moleque, realizada anualmente na cidade – este ano entre os dias 5 e 7 de junho, quando é preparado o maior pé-de-moleque do mundo. A meta é chegar a 14 metros de comprimento. Se você ficou com água na boca só de imaginar, já pode ir arrumando as malas.
Pé de moleque de Caeté


Ingredientes:
- 500 g de amendoim sem casca
- 500 g de rapadura
- 1 copo (americano) de leite
- Manteiga para untar
Preparo:
Torrar o amendoim e bater no liquidificador.
Levar a rapadura ao fogo com o leite.
Quando derreter, medir o ponto, colocando uma pequena porção na água fria.
O ponto é obtido quando a mistura fica puxando, como se fosse uma bala mais mole.
Rapidamente, por o amendoim e misturar bem, com atenção para não endurecer.
Despejar em um tabuleiro ou travessa untada com manteiga e cortar em pedaços no tamanho desejado.
*Receita fornecida por Renilda Aparecida Fonseca, do distrito de Água Limpa em Caeté para o Projeto Sabores de Minas
A estrela do “arraiá”
Passada a época dos festejos de São João, o que fica é uma saudade danada de toda aquela comilança. Quem é que não tirou a barriga da miséria com muita canjica, cocada, broa de milho, quentão e, é claro, com a estrela do baile caipira, o pé de moleque? Sem ele, não há dança, balão ou foguete. Assim como as bandeirolas coloridas, o doce é item que não pode faltar para compor a roda de qualquer “arraiá” que se preze.
No pequeno distrito de Água Limpa, Renilda Aparecida Fonseca é a responsável pelo preparo da iguaria nas festas juninas e “julinas”. A receita, passada por um tio, também faz sucesso entre os filhos, que se fartam do doce em dias de visita à mãe coruja. Há 23 anos vivendo no distrito, Renilda tem o dia agitado. “A gente faz de todo um pouco. Planta, faz queijo, requeijão e agora estou aprendendo a fazer artesanato, que é o que eu mais gosto.”
Na cozinha e na vida, Renilda prova que já é uma artista.
Pé de moleque de Congonhas


Ingredientes:
- 1 kg de amendoim descascado
- 1 rapadura
- 1 colher de manteiga
Preparo:
Cortar a rapadura em pedaços e colocá-los em uma panela.
Cobrir com água suficiente para derretê-los.
Deixar ferver até desmanchar bem e formar um melado.
Mexer o melado em fogo brando até o ponto de bala mole.
Colocar o amendoim e a manteiga.
Desligar o fogo.
Mexer com uma colher de pau até engrossar bem.
Quando ficar bastante consistente – e antes que açucare -, despejar em mármore ou pedra untada na manteiga.
Para saber qual é o ponto de bala mole, colocar água fria em um prato fundo e derramar uma pequena porção de melado.
Se houver consistência, está na hora de tirar o doce do fogo.
*Receita fornecida por Antônio e Ilza Pires Pereira da comunidade Pequeri de Baixo em Congonhas para o Projeto Sabores de Minas
O puro mel da cana
Rapadura é doce, mas não é mole não, reza a sabedoria popular. Mas com o passar dos anos, os moradores de algumas localidades da zona canavieira estão aprimorando suas técnicas. Na comunidade de Pequeri de Baixo, em Congonhas, a 89 quilômetros de Belo Horizonte, Antônio e Ilza Pires Pereira plantam a cana-de-açúcar, moem e da garapa (caldo de cana) fazem, em grandes tachos, as barras escuras e doces.
“É uma rapadura bem molinha”, garante Ilza e lembra que produz também a rapadura misturada com coco ou amendoim. Quem gosta de fazer doce em casa, pode preparar um pé-de-moleque ou simplesmente adoçar o café, como é muito comum na roça. E para alegria de quem toma a estrada, rumo a São João del-Rei para Congonhas, vai encontrar a barraquinha do casal, que, além de rapadura, tem feijão, doces e outras guloseimas.
É parar e comprovar.
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