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Veja nesse post qual a diferença entre o inhame e o cará, além de seus benefícios para a saúde.
Desde que Pero Vaz de Caminha confundiu a mandioca com o cará que, naquela época, chamou de inhame, não há quem não se atrapalhe para dizer a diferença entre o inhame e o cará.
Mas enquanto a mandioca ficou muito mais popular e inconfundível, o inhame e o cará, por serem plantas alimentícias não convencionais (PANCs), ainda causam confusão para saber qual é qual.
Isso se deve ao fato de que a raiz conhecida como inhame, na verdade, é oficialmente chamada de “taro” (sem acento), palavra de origem taitiana, por ser um alimento tradicional da Polinésia e África ocidental, amplamente consumido por essas populações.
Enquanto o cará, que desempenha um papel importante na alimentação das regiões da África, Ásia, Oceania, ilhas da Macronésia e América latina, é referido como inhame ou inhame-cará, geralmente no Norte, Nordeste e Sul do Brasil. Daí a confusão.
A principal diferença entre o inhame e o cará é que o inhame tem a casca semelhante à da mandioca, mas a metade do seu tamanho. E o cará é alongado como a mandioca, mas a casca é lisa.
Veja mais curiosidades sobre essas raízes:
O inhame é a raiz da planta Colocasia esculenta, também chamada de taro ou de taioba, cujas folhas são muito parecidas (e confundidas) com a taioba verdadeira (a Xanthosoma sagittifolium).
Mas ao contrário da taioba verdadeira, que também é uma PANC, as folhas do inhame não são comestíveis, pois podem causar toxicidade, aproveitando-se, então, apenas a sua raiz. E, a título de curiosidade, a raiz da taioba verdadeira também é comestível e muito parecida com o inhame.
Mas como se não bastasse toda a confusão entre o inhame e o cará, existe uma enorme variedade de plantas da mesma família do taro e da taioba verdadeira, como, por exemplo, o mangarito (Xanthosoma riedelianum), cujas folhas têm estrutura muito semelhante às “taiobas” de modo geral, e que produzem raízes comestíveis não convencionais também parecidas com o inhame.
O cará é a raiz da planta Dioscorea alata, mas em muitas regiões é comum referir-se a espécies dos gêneros Alocasia, Colocasia (taro), Xanthosoma e Ipomoea (batata-doce) como inhame.
Isso porque a palavra “inhame” provém de um do idioma nativo da África e significa “para comer”. Já em inglês, a palavra “yams” é utilizada como referência às raízes em geral, como batata, batata-doce, inhame, cará.
Ou seja, a palavra “inhame” parece significar qualquer raiz comestível, e isso pode explicar tanto a confusão sobre a diferença entre o inhame e o cará, como também o motivo pelo qual Pero Vaz de Caminha se referiu à mandioca como inhame.
Como você pode ver nesse comparativo, a diferença entre o inhame e o cará no que se refere ao valor nutricional, é quase nula.
Ambas raízes se destacam por ser fontes de carboidratos de boa qualidade.
O cará contém mais fibras que o inhame, que corresponde à 5% e 24% das necessidades diárias de um adulto, respectivamente. Porém, se você prefere o inhame, basta combiná-lo a uma salada de folhas e/ou de legumes.
Já o inhame contém mais potássio que o cará, correspondendo à 17% e 7% respectivamente. Mas se você prefere o cará, não há problema algum, já que as frutas são também ótimas fontes de potássio, por isso é tão importante variar o consumo dos alimentos.
O inhame também se destaca por ter mais que o dobro de magnésio que o cará, e ajudam a atingir 6% e 2,6% das necessidades diárias.
Agora em relação aos compostos bioativos, o inhame e o cará são fontes de carotenoides pró-vitamina A, pigmentos responsáveis pela coloração laranja, amarela e vermelha dos vegetais, com função antioxidante.
Sendo assim, os benefícios do inhame e do cará para a saúde são praticamente os mesmos, e muito semelhantes aos das batatas, podendo ser substituídos na mesma proporção para variar a alimentação.
Esses benefícios incluem:
Tanto o inhame quanto o cará podem ser consumidos cozidos, assados, fritos e em produtos de panificação, como pães e bolos. Ou seja, na cozinha, a diferença entre o inhame e o cará simplesmente não existe.
O inhame, em especial, é muito utilizado em receitas veganas com temperos, como substituto de queijos e requeijão. Mas o cará também pode substituí-lo, já que ambos têm sabor neutro, aproveitando, assim, os benefícios do inhame e do cará para a saúde.
Na horta da Boomi você encontra ambos (e muito mais).
Aproveite para visitar o nosso Caderno de Receitas e se inspirar.
Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutricionista e Curadora da Boomi
Referências:
RIGO, N. Taro ou Inhame. Coluna do Paladar de 21/02/2013. Come-se. Disponível em: https://come-se.blogspot.com/2013/02/taro-ou-inhame-coluna-do-paladar-de.html#:~:text=Por%20Neide%20Rigo&text=%C3%89%20que%20o%20car%C3%A1%2C%20raiz,Norte%20e%20Nordeste%20do%20Brasil.
MACEDO, SCF. Daquilo que se come. Histórias da Alimentação e Receitas Afetivas. 21/06/2021. Disponível em: http://daquiloquesecome.blogspot.com/2020/06/mandioca-e-pero-vaz-de-caminha.html
BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Alimentos regionais brasileiros. Brasília, DF. 2a ed. 2015. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentos_regionais_brasileiros_2ed.pdf
RANIERI, G. Taiobas, a confusão: Guia Definitivo de Identificação. Matos de Comer. 27/06/2014. Disponível em: http://www.matosdecomer.com.br/2014/06/taiobas-confusao-guia-definitivo-de.html
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