Por: Thiago Vinicius Alves de Oliveira – Estudante de Gastronomia
Essas quitandas sempre me remetem ao passado, desde o modo de preparo, os aromas e principalmente o sabor. Nossa família a mais de 80 anos, realiza uma festa tradicional, Festa de São João da Família Ferreira.
Quando começou, com muita dificuldade, eram servidas apenas algumas quitandas, feitas por nossa família mesmo, na roça com a combinação perfeita de um café quentinho. Devotos de São João, tinha a reza e a cultura da festa seguia sempre com sua programação.
Naquela época, tudo era muito difícil, muitas pessoas, muita alegria, mas sempre a festa começava na preparação. Um aprendizado que passou por gerações.
Hoje em dia a facilidade e praticidade tomam conta, pois é possível comprar a maioria das coisas prontas. Porém, ainda temos na família aquelas que ainda se utilizam dos métodos de antigamente, mantendo nossa tradição viva.
Utilizando latas para fazer os biscoitos, ingredientes que plantam e produzem e, assando sempre em forno de latão.
Hoje em dia muitos de nossos tios e tias já faleceram, mas cada vez que comemos uma quitanda, sentamo-nos na beira do fogão de lenha e degustamos. Não tem outra, as histórias antiga e momentos de alegrias vem à tona e é algo surreal, pois todos temos essa memória afetiva com nossa culinária.
Saudade sempre bate na porta, mas temos que agradecer todo aprendizado que nos foi passado e não podemos deixar morrer de forma alguma.
As Rosquinhas da Sirlene
Nesse caso, peguei a história de minha prima Sirlene Aparecida Ferreira, 55 anos, casada, que mora até hoje no Engenho / Taquaraçu de Minas.
Sempre aprendeu com os mais antigos as técnicas da cozinha do interior, sempre manteve o modelo, mesmo com as inovações tecnológicas e facilidades de hoje, ainda prefere o método antigo, fazendo tudo a mão, muito artesanal e, sobre o sabor, nem precisamos comentar.
Cada ida em sua casa é uma festa e, como uma mineira de tradição, sua cozinha se torna o salão de festa, onde é feita uma roda de prosas e histórias, ao mesmo tempo em que ela vai preparando as quitandas no fogão a lenha e no forno de tambor.
Sirlene está sempre preocupada com a mesa farta e, independente quem chega, todos são sempre bem-vindos para compartilhar daquele momento em sua casa.
Ela conviveu bastante tempo com nossos avós, com isso sempre estava junto nas preparações e com isso aprendeu tudo e mantem viva nossa tradição.
É uma afetividade grande. Recentemente perdi minha mãe. Antigamente a família era grande, eram mais de 12 irmãos, hoje em dia só temos 2 tias vivas, mas sempre nos lembramos do aprendizado que cada uma nos proporcionou.
Então manter essa tradição, nos leva a cada momento que vivemos com eles, cada encontro é uma emoção e muitas lembranças, cada um tinha uma quitanda preferida, um docinho.
Enfim, nunca podemos deixar isso ficar no passado, ficar no esquecimento, pois é uma rica história de tradição, de muita riqueza.
Saudade é muita, porém as recordações e momentos são nosso remédio para aliviar essa sensação.
Gastronomia afetiva, muito além de apenas satisfazer a fome, mas de manter vivo nosso passado, principalmente o que nos marcou!!!
Misture todos os ingredientes em um bowl, deixando por último o leite, pois o mesmo deve ser acrescentado aos poucos até dar o ponto de enrolar.
Ao manusear a massa, não pode grudar na mão e seja possível enrolar ela sem grudar.
Porcione a massa em pequenos pedaços, faça um rolo fino com esses pedaços, segure uma ponta e a outra enrole, deixando retorcido, sendo possível juntar as pontas e depois fazer o círculo e apertar bem as pontas.
Untar a forma e por para assar em forno pré aquecido, 200 graus, em média 25 minutos.
Mapa dos Territórios Gastronômicos de Minas Gerais: O município de Taquaraçu de Minas está localizado no Território Central/Entorno
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