Da Série: Doces dos Quintais de Minas Gerais*
Para o bolo
Para a gemada
O bolo
Retirar as extremidades da laranja (cabeça e fundo), cortá-la em pedaços pequenos (com casca) e desprezar o miolo branco que fica entre os gomos.
Batê-la no liquidificador com os demais ingredientes, colocando por último o fermento em pó.
Untar uma fôrma de bolo, alta e redonda (sem o furo no meio).
Levar ao forno pré-aquecido, a 180 graus, até corar.
Deixar esfriar, desenformar e reservar.
A gemada
Bater os ingredientes no liquidificador, até obter mistura homogênea.
A montagem
Cortar em pedaços médios todas as frutas, exceto as do pote, que já são compradas em tamanho pequeno.
Untar com manteiga a mesma fôrma usada para o bolo.
Cobrir o fundo com um terço das frutas em pedaços.
Cortar horizontalmente o bolo em três camadas e colocar a primeira camada por cima das frutas.
Sobre essa camada, pôr uma concha da gemada e mais frutas.
Pôr a outra camada de massa e repetir o processo, até finalizar com o fechamento do bolo, que deve ser coberto com o que sobrou da gemada.
Levar ao forno brando por duas horas, até secar.
Deixar esfriar bem para desenformar.
Embrulhar em papel alumínio e levar ao freezer.
Servir gelado.
*Receita fornecida por Clary Figueiredo Antunes, de Belo Horizonte para o Projeto Sabores de Minas
Quando era menina, em Catas Altas, a 120 quilômetros de Belo Horizonte, a diversão de Clary Figueiredo Antunes nos finais de ano era espiar um grande armário da cozinha. O móvel exercia sobre ela o mesmo fascínio que uma árvore de Natal e seus embrulhos misteriosos. Mas o que aguçava a curiosidade nos olhinhos de Clary era o grande tesouro que sua avó guardava lá dentro, às vésperas da grande ceia.
“Naquela época, não existia geladeira”, revela. Assim, a grande atração da noite era o pudim guardado a sete chaves no gabinete, aquele armário da cozinha que tanto atraía Clary. “Vovó fazia com todas as frutas que davam em nosso quintal, mas era servido só nesta época do ano”, conta. “Para conservá-lo, ela colocava uma quantidade maior de açúcar e a janelinha tampada com treliça permitia que o doce recebesse ventilação.”
Aos 89 anos, dona Clary cumpre o papel de guardiã dessa sobremesa, então armazenada em grande estilo. “O preparo demora dois dias, pois é preciso esperar esfriar o bolo”, revela. Todos os anos, a receita centenária de família é tradição em dezembro na sua casa, em Belo Horizonte. “Meus filhos, netos, sobrinhos e bisnetos adoram o quitute. Hoje, é guardado na geladeira e não pode faltar à mesa.” Quem não pode ir à ceia, recebe de presente.
Isso faz com que o pudim gabinete ultrapasse fronteiras, pois há parentes dela morando em cidades do interior de Minas e também no Sul do país. Este ano, a delícia vai ficar mais saborosa. Em 26 de dezembro, dona Clary completa 90 anos. Desejamos que seus olhinhos brilhem por muito tempo, trazendo receitas recheadas de histórias e lembranças, guardadas neste grande cofre chamado paladar.
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