Um peixe muito comum nos rios e represas de Minas, o curimatã tem a fama de ter gosto de terra. Mas, segundo os entendidos no assunto de pescado bom, existem segredos no preparo que eliminam esse estigma e fazem desse peixe uma verdadeira iguaria culinária ribeirinha de Minas Gerais.
Curimba ou curimatã à parmegiana
Ingredientes:
– 1 filé de curimba
– Meio copo (tipo americano) de limão
– 1 copo (americano) de vinagre
– 2 copos (americano) de água
– Tempero a gosto
– 2 ovos batidos
– Farinha de rosca
– Óleo para fritar
– 4 fatias de presunto
– 4 fatias de muçarela
– 3 colheres (sopa) de molho de tomate
Preparo:
Com uma faca, retirar a linha vermelha que há no meio do filé do peixe.
Misturar o limão, o vinagre e a água.
Pôr o peixe nessa mistura e deixar por dois minutos.
Lavar em água corrente.
Temperar e passar nos ovos batidos e, em seguida, na farinha de rosca.
Fritar em óleo não muito quente. Escorrer o peixe e pôr em uma pedra ou tabuleiro.
Pôr o molho, o presunto e a muçarela e levar ao forno para derreter o queijo.
DICA: Se preferir, o peixe pode ser apenas assado, em vez de empanado e frito. Basta pôr duas colheres (sopa) de azeite depois de temperar e levar ao forno aquecido a 220 graus, em uma pedra ou tabuleiro, por 20 minutos. Depois, basta acrescentar o queijo, o presunto e o molho e levar novamente ao forno para aquecer.
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Dourado recheado com banana e assado na telha
*Receita fornecida por Jorge Eleotério Rocha, de Itutinga para o Projeto Sabores de Minas


Sem preconceitos
Para experimentar mais uma bela receita feita com pescado, não é preciso ir muito longe. De Nazareno, chega-se, em um pulo, a Itutinga, a 264 quilômetros da capital. Basta atravessar, uma vez mais, a ponte do Rio Grande para avistar o Restaurante do Jorge, onde os filés de peixe são servidos de maneira peculiar. Natural de Ladainha, no Norte de Minas, Jorge Eleotério Rocha já fez de tudo. De pedreiro, passou a empregado de bar, onde aprendeu as primeiras lições de cozinha.
Foi quando resolveu se arriscar no ofício, abrindo seu próprio negócio. Cheio de curiosidade, ele aprendeu alguns truques, como o de desossar os peixes. Para garantir seu lugar ao sol, apostou em um diferencial: servir os filés aquecidos em uma pedra. “Além de ser diferente, faz com que a comida não esfrie.” A pedra usada é a São Tomé, pois, segundo ele, é a única que suporta calor. Por causa da dificuldade que tem em achar certas espécies de peixe na região, Jorge optou por usar a curimba.
Muitos fazem mau juízo da espécie, com fama de ter gosto de terra. Mesmo assim, ele aceitou o desafio. “Basta saber fazer”, resume. E foi depois de várias tentativas que o cozinheiro conseguiu, enfim, o ponto ideal. O segredo, ele ensina ao Sabores de Minas.
Mapa dos Territórios Gastronômicos de Minas Gerais: O município de Itutinga está localizado no Território Mantiqueira/Centro Sul


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