Nas comemorações dos 300 anos de Minas Gerais,veja a homenagem dos chefs à nossa terra e à nossa cultura gastronômica.


Acredito que a construção da identidade, em geral, se dá por meio de interações socais. Importantes são as formações culturais que se solidificam ao longo do tempo e permitem um trânsito entre sujeitos, nações, regiões e linguagens. O que nunca deixo de dizer é que o envolvimento com a gastronomia vai além do preparo dos alimentos, ou seja, o antes, o durante e o depois, promovem o que há de mais bonito na culinária: a interação. Nesse sentido, afirmo que a gastronomia mineira é o próprio mineiro em estado comestível, se assim eu posso ser claro. Além disso, uma boa prosa, como é característico dos moradores desse estado maravilhoso que é Minas Gerais, é uma espécie de mecanismo que faz com que essas relações aconteçam. Como todos sabem, o que não falta é uma troca de casos em torno da mesa. Casos esses que remontam a questões culturais, históricas, existenciais, filosóficas, antropológicas e tudo o mais. Sendo assim, a gastronomia é um pilar fundamental na construção da identidade do mineiro.
A identidade gastronômica de Minas Gerais


O feijão tropeiro! Esse é um prato que retoma a história da formação de Minas Gerais. Isso, pois, os ingredientes que nele estão presentes foram estabelecidos com base em uma série de necessidades diferentes. Fato que não o impediu de se sofisticar com o passar do tempo e nem de ganhar espaço em outras regiões do país. Vale a pena conferir a história desse prato juntamente com a formação deste estado. Simples e sofisticado, pesado e harmonioso, fácil e complexo. O feijão tropeiro, a princípio, parece uma contradição, mas, no fim, ele é um símbolo da mineirice e do comportamento humano: contraditório por natureza.
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