Da Série: Quintais e Quitandas de Minas Gerais*
– 2 xícaras e meia (chá) de água
Levar ao fogo a água, o sal, o óleo e a manteiga. Quando começar a ferver, pôr a farinha de trigo e mexer até dar o ponto de um angu duro. Se for necessário, pôr mais um pouco de farinha. Despejar em uma gamela e esperar esfriar um pouco. Pôr os ovos, um a um, e mexer até a mistura ficar homogênea. Em um tabuleiro untado, pôr colheradas da massa e levar ao forno alto, previamente aquecido, por cerca de 20 minutos.
Após esse tempo, verificar se a bomba está com a casca bem sequinha, para que ela não murche depois de retirada do forno.
Sugestões da Dona Geralda para um recheio diferente
“A bomba pode ser consumida pura ou recheada com pernil, requeijão, ou o que você desejar”.
Em um caderno de páginas amareladas, algumas já soltas, dona Geralda da Cruz Viana procura a receita de uma quitanda que faz sucesso nas mesas de café. Antes, porém, faz questão de mostrar a data anotada em uma das folhas: 1945. Ela enfim encontra o que procura, mas apenas para mostrar como a bomba era feita antigamente, pois a receita que prepara nos dias de hoje, e sabe de cor, é diferente. “Receita é assim, a gente vai mudando com o tempo” Aos 92 anos, dona Geralda esbanja saúde.
Para ler as letras miúdas de livros e revistas de culinária, nada de óculos. Com disposição, circula pelo quintal e mostra seus pés de pitanga e jabuticaba que, infelizmente, não deram muitos frutos este ano por causa da seca. A prosa tranquila e bem-humorada faz qualquer um se sentir como se fosse da família. E enquanto o papo se desenrola, o cheirinho de quitanda anuncia que a bomba está no ponto.
O café também está servido para agraciar os viajantes com mais um fim de tarde inesquecível.
Esta receita, segundo a quitandeira está na família há anos, e foi repassada por sua avó. Um pequeno detalhe a diferencia da receita da mestra Geralda, pois nessa receita de Ponte Nova, a Tereza não utiliza o óleo nem a água que ela substitui pelo leite, mas o nome…quanta diferença!!!
Mas tratam-se da mesma receita à base das Pâte à Choux francesas, que também podem ser recheadas de cremes doces , como pâtissière, ganache de chocolate ou doce de leite, sorvetes, com coberturas de caldas de açúcar ou chocolate e também salgados,. Por lá como aqui, tem alguns nomes diferentes, como caroline
, éclair além de profiteroles, apenas se diferenciando nos formatos e nos recheios.Veja a receita e a história da quitandeira Tereza Martins da Cruz de Ponte Nova
– 1 kg de farinha de trigo
– 500 ml de leite
– 2 colheres (sopa) de manteiga
– 1 pitada de sal
– 12 ovos
Numa panela, ferver o leite com a manteiga. Quando levantar fervura, adicionar a farinha de trigo e mexer até virar uma espécie de angu. Desligar o fogo e deixar esfriar. Virar numa gamela ou bacia e adicionar os ovos inteiros. Misturar com as mãos. Untar um tabuleiro com manteiga e polvilhá-lo com farinha de trigo, balançando-o em seguida para tirar o excesso de farinha. Formar os bolinhos com uma colher (de café), mantendo a distância entre eles, pois a massa cresce muito.
Levar ao forno quente durante meia hora. Deixar secar. Rende 70 broinhas.
A hospitalidade é uma das maiores características do povo mineiro. Em Ponte Nova, a 180 quilômetros de Belo Horizonte, não é diferente. Os viajantes são recebidos com mesa farta, café coado na hora, doces no capricho e uma broinha salgada de nome curioso e sabor surpreendente. A autora da façanha é Tereza Martins da Cruz, dona da lanchonete Vera Cruz, na rua Abdala Felício, 140, bairro Palmeiras. Ela aprendeu a receita da cabeça-de-macaco com a mãe, dona Ana Sérgia de Jesus, de 95 anos, e prepara diariamente os tabuleiros, para alegria da família e dos fregueses.
Na cozinha, com bom humor, folheia um inseparável caderno e mostra que cozinhar é um permanente ritual de cultura e prazer. Das páginas já meio gastas pelo tempo, abre-se um vasto universo para quem gosta de boa comida. Cada frase se traduz em delicadeza e tradição. Embora tarimbada no seu ofício, Tereza sempre recorre aos seus escritos, confere um ingrediente e outro, corre o olho no modo de preparo, mostrando grande cuidado com o alimento e fidelidade à receita.
Mas o melhor da festa é quando ela surge com a quitanda e oferece as broinhas aos visitantes. “E o nome, de onde vem?”, todos perguntam. A resposta está no próprio formato da quitanda, que lembra a cara do bicho, e na imaginação popular, que, sabemos todos, não tem limite.
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