Curiosidades

Conheça um pouco da história gastronômica de Belo Horizonte

Guaicurus e as Origens Alimentares da Nova Capital

Da Série: BH Cidade Criativa da Gastronomia

Por: Flavio Dornas*

Poucos imaginam hoje que a região da Rua Guaicurus desempenhou um importante papel no surgimento da cultura alimentar da Cidade Criativa da Gastronomia, Belo Horizonte.

O vai e vem de pessoas de vários lugares na Estação Ferroviária, espalhava novos sabores pela cidade. No espaço formado entre o primeiro Mercado Municipal e a Estação, chamado por alguns de “Porto seco”, surgiria nas décadas seguintes, comércios atacadistas, pequenas indústrias, hotéis, pensões, cabarés, boates, rendezvous, padarias, confeitarias, leiterias, restaurantes, cafés, bares, empórios, fábricas de alimentos, enfim, todo um turbilhão de vida urbana e variedade humana que construiu assim para a riqueza da personalidade da capital mineira.



Foto: Acervo Estado de Minas; Data 1900 – Fonte Arquivo Público Mineiro

Situado no início da Avenida Afonso Pena (onde depois teríamos a rodoviária), nosso primeiro mercado municipal, foi construído em 1900, com uma belíssima estrutura metálica importada da Bélgica. Composto por 48 boxes destinados a venda à varejo, tinha também uma área aberta destinada ao comércio de tropeiros.

Jóias raras da história gastronômica de BH

Desde a Padaria Suíça, do Italiano Agostino Martini, inaugurada em 1914, passando pelo Empório Sírio Libanês e o Restaurante Scotelaro até o dias atuais com o Chen Chang Kee Noodle House (O Restaurante Chinês escondido), muitas famílias de imigrantes foram responsáveis pelo surgimento de saborosos negócios na região.

Foto: Acervo Estado de MInas

A Padaria Suíça deu origem a Fábrica de Massas Martini que depois se instalou na Lagoinha. O sucesso da empreitada foi tanto que Martini ganhou destaque na imprensa carioca, que em abril de 1925 o chamou de “o Matarazzo Mineiro”. Nos anos 40, inaugurou com os filhos, na Rua Tiradentes (atual 21 de abril), a Padaria e Confeitaria Martini.

Curiosidades e folclores – Maria Tomba Homem

Durante a Segunda Guerra Mundial, no auge do racionamento da farinha de trigo, chegou a vender só um pão de 250 grs para cada pessoa. Nesta época a maioria dos pontos comerciais de estrangeiros foi saqueada e depredada. Mas apesar de durante anos os famosos produtos Martini serem fornecidos ao Exército nacional, não foi o exército que protegeu a “Padaria dos Martini”. O patrimônio da família foi preservado devido à interferência de uma figura popular da região, conhecida pelo apelido de Maria Tomba Homem. Ela se postou à porta da Padaria e gritou com os populares

“Aqui ninguém quebra! Esta é a casa dos que matam a fome dos pobres de Belo Horizonte!”

* Flavio Dornas é Cozinheiro , Conselheiro de Cultura Municipal e Estadual – Cultura Alimentar e Gastronomia e membro da FGM – Frente da Gastronomia Mineira(texto publicado na Revista O Uivo, produzida em 2019 pelo coletivo de mulheres Clã das Lobas, região da Guaicurus em Belo Horizonte )

Mapa dos Territórios Gastronômicos: Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, está localizada no Território Central/ Região Metropolitana

EA/TG – CENTRAL / REGIÃO METROPOLITANA

Territórios Gastronômicos

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