A Mestra dos famosos Quintais de Igarapé-MG, Ilda Maria Gonçalves apresenta 2 receitas bem simples para os festejos juninos. Segundo a mestra, são receitas criativas para tempos difíceis, mas que agradam a todos.
Da Série Quintais e Quitandas de Minas*
Broa d’água
Ingredientes:
- 1 xícara (chá) de açúcar cristal
- 2 xícaras (chá) de fubá
- 1 xícara (chá) de farinha de trigo
- 1 ovo
- 1 pitada de sal
- 2 colheres (de arroz) de óleo
- Erva doce a gosto
- 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
- 1 xícara e meia (chá) de água
Material
- Folha de bananeira
Preparo:
- Em uma vasilha, misturar os ingredientes.
- Forrar uma panela média, de aproximadamente 25 centímetros de diâmetro, com a folha de bananeira e despejar a massa.
- Há duas maneiras de assar a broa. Para seguir a tradicional, pôr uma tampa por cima da panela, com a boca virada para cima e cheia de brasas.
- Levar a panela ao fogo, no fogão a lenha, e deixar assar por cerca de 40 minutos, até dourar.
- A outra maneira é levar a panela ao forno a gás, sem a tampa, e deixar assar até que a broa fique bem corada por cima.
Pastel de Pobre
Ingredientes:
- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
- 1 pitada de sal
- 2 colheres (sopa) de óleo
- 1 xícara (chá) de água morna
- 2 colheres (sopa) de queijo ralado
- Óleo para fritar
Preparo:
- Em uma vasilha, misturar a farinha, o óleo, o queijo e o sal.
- Aos poucos, pôr a água e amassar, até obter uma massa homogênea.
- Com um rolo, abrir a massa, sem que ela fique com a espessura muito fina.
- Com a boca de um copo, cortar círculos de massa e unir as duas extremidades, fechando com um garfo.
- Aquecer óleo suficiente para cobrir e fritar os pastéis.


*Receita fornecida pela Mestra Ilda Maria Gonçalves, de Igarapé para o Projeto Sabores de Minas
Doce magia dos quintais


Em nossa culinária, as receitas se originam das mais diversas situações. As tradicionais, que atravessam gerações, se mostram frutos da fusão de culturas, retocadas a cada cozinha em que chegam. Já outras, mais curiosas, nascem de necessidades do momento e, graças à criatividade de quem as inventa, se tornam desejadas. Ilda Maria Gonçalves, de Igarapé, mostra, em seu fogão, exemplos claros dessa teoria.
As receitas de pastel de pobre e broa dágua, criadas para driblar as dificuldades do dia a dia, fazem sucesso entre a família e amigos. Antigamente, as coisas eram muito difíceis. Tínhamos que aproveitar ao máximo o que havia na cozinha. A água, nessa receita de broa, entra no lugar do leite e, no caso do pastel, o nome vem da ausência de recheio. Mesmo modestas, as iguarias agradam a todos, principalmente nos festejos juninos, quando brilham na mesa de quitutes.
Criada na roça, Ilda aprendeu a cozinhar ainda criança. Com a avó, preparava a refeição para a família e trabalhadores da propriedade, em uma rotina que começava antes das 9h, quando era servido o almoço, passava pelo jantar, que era às 15h, e terminava à noite, com o preparo de angu com leite, última refeição do dia. Anos de prática resultaram em muita sabedoria e, é claro, em perfeição.
Mapa dos Territórios Gastronômicos de Minas Gerais: O município de Igarapé está localizado no Território Central/Entorno


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